quarta-feira, 6 de outubro de 2010

ARTISTA TRENTINO

Márcia, Sérgio, Fabrizio e Papum (foto Maria)
Papum encerrou a temporada de entrevistas com um artista plástico muitíssimo especial: Fabrizio Marizza.
Sobre ele, antes de mais nada, deve-se contar uma história pessoal. Em 2004, quando Sérgio e Márcia circulavam por festivais de teatro de bonecos na Itália, esqueceram uma câmera de vídeo num ponto de ônibus, em Trento. Estavam indo ministrar uma oficina de construção de bonecos em látex, mas ficaram de uma tal forma abalados que resolveram ligar para os amigos que os esperavam para a aula, pensando em adiar. O telefone público ficava ao lado do ponto de ônibus onde a câmera tinha sido esquecida. De repente, viram um bilhetinho colado com caramelo na parede de vidro do ponto. A pessoa que tinha encontrado a maleta com a câmera havia deixado ali o número do seu telefone.
Era Fabrizio Marizza.
Depois desse encontro emocionante, nossa amizade e admiração cresceu através de contatos telefônicos e pela internet. Agora, depois de 6 anos, novo encontro, já como velhos amigos.
Papum entrevistou Fabrizio, filmou suas máscaras e seu ateliê de criação, conheceu a história da sua obra, que inclui trabalhos feitos para o teatro e aulas na universidade, nas quais utiliza o recurso do teatro de bonecos.
Com esse encontro, A VIAGEM DOS BONECOS encerrou sua primeira etapa.
Conhecemos bonecos e bonequeiros de lugares distantes muitos milhares de quilômetros de nossa casa, com idiomas para nós tão estranhos que não conseguíamos nem entender suas letras. No entanto, a acolhida foi sempre amistosa, com a intimidade de quem é apaixonado pelo mesmo tema. Registramos um pouco de suas histórias, seus sonhos, suas criações. Buscamos captar os recados que essa Arte passa de geração a geração e suas novas propostas. Sentimos o encantamento que ela desperta não só no público, mas no próprio artista, que frequentemente relata como se viu apaixonado pelo teatro de bonecos desde o primeiro encontro, a ponto de ter essa Arte como alimento para sua vida.
Tomara que nosso documentário consiga expressar um pouco de toda essa emoção. Mãos à obra!

DELÍCIAS DA LOMBARDIA

Vista da cidade alta de Bérgamo (foto MPagani)

Papum no funicular San Vigilio (foto MPagani)

Vinhos produzidos na Província de Bérgamo (foto STastaldi)

Queijos da Província de Bérgamo (foto STastaldi)

Salames bergamascos (foto STastaldi)

Bebida do vale brembano (BG) com nome de personagem folclórico (foto STastaldi)

Polenta produzida na Província de Bérgamo (foto STastaldi)
A Província de Bérgamo fica na Lombardia. Como em todas as regiões da Itália, tem seu próprio dialeto, bergamasco, que ainda é falado dentro das casas, principalmente pelos mais idosos. Nos seus vales corre puríssima água que desce da neve dos Alpes, engarrafada e vendida em toda a Itália. Ali também são produzidos vinhos, queijos e embutidos especialíssimos.
Papum não resistiu a todas essas delícias. Depois de um passeio pela cidade alta de Bérgamo (subiu de funicular, trenzinho em plano inclinado), tratou de fazer uma entrevista numa loja de produtos típicos. Claro que também comprou farinha para fazer polenta. A verdadeira!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

CORTESI E OS BONECOS BERGAMASCOS

Ateliê Daniele Cortesi (foto STastaldi)

Gioppino (no dialeto bergamasco, Giopì de Sanga) - acervo de Cortesi (foto STastaldi)

Martì, esposa de Gioppino - acervo de Cortesi (foto STastaldi)

Personagens bergamascos do séc XIX, acervo de Cortesi (foto STastaldi)


Luigi Betelli, Sérgio e Daniele Cortesi (foto MPagani)

Cortesi e brinquedo feito por ele (foto MPagani)

Sérgio, Papum, Cortesi e Márcia (foto Luigi Betelli)

Gioppino e sua amada esposa Martì, personagens bergamascos, têm uma característica que retrata uma época, no séc. XIX, em que a população da província era muito pobre e se alimentava somente de polenta. A deficiência de iodo era a principal causa do bócio, que é o aumento da tireóide. Para representar essa situação de maneira acentuada, os burattini (bonecos) tinham 3 bolas no pescoço.
Essa e outras histórias foram contadas por Daniele Cortesi.
Além de suas pesquisas e da sua coleção de bonecos antigos, típicos da região, Cortesi cria e constrói seus próprios personagens. É também cenógrafo, faz esculturas em madeira, tem um repertório de 10 espetáculos próprios e ainda constrói brinquedos.
Papum ficou encantado com a entrevista que Cortesi lhe concedeu na sua própria casa, que aliás fica numa colina inspiradora.